O Brasil está imerso em uma profunda crise ética que mina os alicerces de nossa sociedade. As palavras de Rui Barbosa ecoam: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
Essa triste realidade torna-se ainda mais evidente ao vermos a presidência da república ocupada por um ex-prisioneiro, condenado em múltiplas instâncias por corrupção, e inexplicavelmente liberado por uma justiça que deveria ser imparcial. Infelizmente, essa justiça foi capturada por interesses partidários, perpetuando a desconfiança e o cinismo entre os cidadãos.
No contexto eleitoral, a falta de ética atinge níveis alarmantes. Aqueles que detêm o poder frequentemente o utilizam para se perpetuar no cargo, seja em eleições para cargos públicos, entidades de classe ou conselhos. Sob o manto da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), informações que deveriam ser compartilhadas equitativamente são utilizadas apenas pelos que estão no poder.
Agora, façamos um “quiz da ética”: o que é ético para você?
- Um membro de um partido montar uma chapa em outro partido?
- Dizer uma coisa e praticar outra?
- Promover a associação de novos membros em uma entidade com fins exclusivamente eleitorais?
- Utilizar uma base de dados de associados sem disponibilizá-la para os demais concorrentes?
- Usar publicidade com a logomarca da chapa da situação?
- Trocar o nome da entidade pelo nome do presidente nas comunicações oficiais?
A única saída desse ciclo de desonestidade é o resgate da ética e a promoção incansável da transparência. Somente por meio desses princípios fundamentais podemos aspirar a um Brasil onde as eleições sejam verdadeiramente justas e democráticas, refletindo a genuína vontade de seus eleitores.
É hora de uma transformação profunda, um apelo à consciência nacional e à mudança.