Não é à toa que engenheiros se veem forçados a buscar alternativas como tornar-se motoristas de UBER ou “virar suco”. A representação efetiva é escassa! Na última sexta-feira, o presidente do CREA-MG foi eleito com apenas 7,81% dos votos dos profissionais aptos para participar da votação (em dia com o CREA-MG). Se considerarmos todos os profissionais da área, esse percentual despenca para menos de 6%, revelando uma situação lamentável.

Não surpreende, então, que cargos outrora ocupados por engenheiros estejam agora sendo preenchidos por advogados e administradores, evidenciando a decadência do prestígio da profissão.

Durante a campanha, dados alarmantes foram levados à tona:

A derrota nas eleições reflete um cenário em que um grupo que não deseja largar o poder (ou o osso) manipula a situação. O candidato vencedor já ocupava o cargo de chefe de gabinete do atual presidente, até o final do ano passado, virando conselheiro em seguida, recebendo diárias este ano que ultrapassaram em mais que o dobro as do presidente. A campanha parecia estar em curso há tempos.

Além disso, os concorrentes receberam apenas os nomes dos profissionais aptos a votar, sem acesso a e-mails ou números de telefone. No entanto, foram submetidos a chamadas com pesquisas perguntando em quem votariam, seguidas da sugestão de mudar o voto para o candidato do presidente. Essas táticas, somadas aos disparos via WhatsApp, levantam sérias dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral.

A divulgação dos candidatos ocorreu tardiamente no site, sem qualquer comunicação direta aos profissionais, criando um ambiente de falta de transparência.

O sistema em vigor, onde conselheiros são escolhidos por entidades muitas vezes inexistentes ou que só existem para ter um representante no CREA-MG, é falho. Apesar de serem cargos honoríficos, os conselheiros e o presidente desfrutam de privilégios como diárias para viagens, passagens e hospedagens, conhecido como “CREA-TUR”.

Os eventos realizados, como o último em Gramado e o próximo planejado para Salvador, não parecem trazer benefícios significativos para a engenharia. Por que não realizá-los em locais com problemas reais da engenharia, como Cubatão, onde a poluição é uma questão premente?

Esse ciclo vicioso, onde o CREA/MUTUA financia entidades, contribui para sufocar a inovação.

Uma solução crucial seria a implementação de um novo Marco Legal da Engenharia no Congresso Nacional, tornando o voto obrigatório, seguindo o exemplo de conselhos de outras profissões, como advogados e médicos.

Apesar da recente derrota, continuo a acreditar que um dia os engenheiros, assim como os brasileiros em geral, despertarão desse pesadelo e escolherão a liberdade.

3 respostas

  1. Rodrigo super pertinente sua analise sobre o contexto atual do pleito eleitoral do dia 17 de Novembro de 2023, temos uma classe desmotivada que não se interessa pelo rumo da engenharia , com uma adesão mínima para a votação dos cargos dentro do sistema . O voto tem que se tornar obrigatório.

  2. Temos que ter um Congresso voltado para os interessses do povo e acabar com grupos que perpetuam no poder sem ter representatividade.
    Vamos colocar “a boca n trombone” e exigir dos congresssistas honestidade,compromisso, interesse com os brasileiros que exigem liberdade de escolha em todos os níveis. LIBERDADE!!!!!

  3. A função legal do CREA é fiscalizar o exercício da profissão; e não representar categorias profissionais. Ou não? Verdade é que essa pretensa autarquia transformou se numa máfia controlada por vermes parasitas que usa também da extrapolação de competências para arrecadar. Sou testemunha das investidas ilegais e arrecadatórias dessa máfia no setor da cachaça, por onde extrapolam competências e até desconsideram decisões judiciais.

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