Em um contexto ideal, a administração pública de um país democrático deveria ser norteada por princípios que garantam sua legitimidade, transparência e eficiência. Esses princípios servem como alicerce para a atuação do Estado, orientando os agentes públicos na busca pelo interesse público. No entanto, ao analisarmos a situação no Brasil, nos deparamos com uma realidade que muitas vezes destoa dos ideais preconizados.

Nossa Constituição estabelece claramente os princípios que devem reger a administração pública, conforme o artigo 37: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Vamos refletir sobre cada um deles e como têm sido aplicados em nosso país.

Legalidade

O princípio da legalidade determina que todas as ações da administração pública devem estar em conformidade com a legislação vigente. No entanto, nos deparamos com situações em que figuras importantes do cenário político são acusadas de desvio de dinheiro público, mas recebem como pena apenas a aposentadoria compulsória (caso de juízes e desembargadores). Isso gera uma sensação de impunidade e descrença na justiça.

Impessoalidade

A impessoalidade exige que os agentes públicos ajam em prol do interesse público, desvinculando suas ações de interesses pessoais ou partidários. Entretanto, vemos casos em que indicações para cargos importantes (STF) são feitas com base em laços políticos ou de amizade, o que compromete a imparcialidade e a credibilidade das instituições.

Moralidade

A moralidade na administração pública está relacionada à conduta ética e transparente dos agentes públicos. Infelizmente, nos deparamos com exemplos de corrupção (Operação Lava Jato) e falta de ética (ministros do STF votando a favor de quem os indicou), onde políticos priorizam seus interesses pessoais em detrimento do bem comum. Isso gera um profundo descontentamento na sociedade e mina a confiança nas instituições democráticas.

Publicidade

A publicidade dos atos administrativos é essencial para garantir a transparência e a accountability do Estado. No entanto, nos deparamos com situações em que informações relevantes são mantidas em sigilo, prejudicando o acesso à informação e a fiscalização por parte da sociedade. Isso contribui para a falta de confiança nas instituições e para o enfraquecimento da democracia.

Eficiência

Por fim, o princípio da eficiência determina que a administração pública utilize de forma otimizada os recursos disponíveis, visando alcançar os melhores resultados para a sociedade. No entanto, nos deparamos com casos de má gestão e desperdício de recursos públicos, onde projetos são retomados mesmo após prejuízos bilionários, demonstrando uma clara falta de responsabilidade na utilização dos recursos públicos.

Em suma, os princípios da administração pública são fundamentais para garantir uma gestão transparente, ética e eficiente do Estado. No entanto, no Brasil, muitas vezes esses princípios ficam apenas no papel, enquanto a realidade mostra uma prática distante dos ideais democráticos. É necessário um compromisso real com a ética, a transparência e a eficiência na administração pública para reconstruirmos a confiança nas instituições e promovermos uma sociedade mais justa e democrática.

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